terça-feira, 30 de junho de 2009

férias

23:32 - Que sejam Bem-vindas! Tragam-me o sol forte fora do meu quarto às 11 da matina(?). Tragam as bananas amassadas com leite e achocolatados, as horas sem dormir na madrugada, a televisão, a reclamação, o infinito. Que me tragam explosões, mas que me ponham de volta à serenidade.

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23:49 - Como seria a morte? Essa está entre uma das perguntas mais retóricas e feitas no mundo. Mas como é se entregar a morte? Muitos pacientes entubados, após dias de coma, UTI, ou algo do tipo que os levem a ficar muito debilitado, sentem quando é a hora certa de suas mortes. Fazem alguma despedida mais longa, tem alguma conversa mais séria. Rezam, temem a morte. Com o sincretismo que lhes foi aculturado, temem ainda mais o inferno. Como é se entregar a morte? Seria simplesmente o fechar dos olhos para dormir em mais um dia qualquer? Esperar uma senhora de capuz negro com feições gris e uma foice há muito foi esquecida. Para os que não querem se entregar, o que fazer? São apenas pensamentos que não chegaria nunca a conclusões, pois estou vivo.

(perdões pela palavra)

sábado, 27 de junho de 2009

fim do dia

23:42 - O dia está acabando. Me sinto inevitavelmente em um perfeita crise de personalidade. Uma guerra interna entre minhas vontades, meus desejos e minha razão. Sinto me inútil por não aprimorar minhas qualidades, fico rondando as esquinas de minha solidão, pernoitando das ruas de um amor que me aparece lá longe, como um prêmio, como um troféu. Me faz ganhar, subir ao pódio, depois ser tratado como energúmenos jamais sonharão em ser. Não sou um eu único, nem sou de fases. Sou inconfiável, traste e pilantra de uma sociedade que me lava as mãos sem eu precisar fazê-lo. Era meu sonho e meus anseios, mas hoje nem isso mais sou. Não sou formado por idéias, não sou da filosofia. Não sou de rimas, tampouco de uma poesia. Contudo, sou um pouco amor. Sou amor debaixo da chuva, terra, furacão e tormenta. Sou amigo dos desvarios, companheiro dos devaneios, fiel combatente da loucura (ou de seu tratamento). Sou meu ópio, e minha cura.

Sou de mentira, mas não de ilusão.

não leiam, ouçam

você não parece com essa pessoa da foto
essa pessoa da foto?
essa pessoa da foto não é você

Não há quem me faça crer
Se eu sei que nessa fotografia
Usaram feitiçaria
Feitiçaria usaram um pouco em você

Tem quem quer me enganar
Querem me enganar
Mas não vão conseguir
não vou deixar

Sei quem é você
sei de sua beleza
Sei que nunca foi sonho pra mim
Sonho pra mim
Nunca foi, nem será

Nunca foi, nem será
Nunca nem sonhei com fotos

tempo

Estou quebrado

perco tempo,
falo pouco,
falo baixo
reinvento
um amor
de feriado
enquanto
você promete
permanecer do meu lado

Estou atrasado

Dói as pernas,
dói os braços
Os pés choram
Mil amassos
Mil cabeças
pulsam rápido
você me ilumina
você me ilumina
você me apaga
e me elimina

Me sinto tão bem

Choro de noite
choro de dia
chego em casa
a cama vazia
tem ninguém pra mim
tem ninguém
"tem alguém aí?"
Me sinto um cachorro
Lato e mordo a mim mesmo
Só pode ser sonho
choro sempre no fim
Soa cachorro chorar "caim"

Me sinto triste

Pareceram-me
mil mulheres de biquini
Mil tesouros
Mil felicidades
A rua é fria,
Há pássaros pra alimentar
há você pra curar
há você pra me curar
há você? não há.
Só há felicidade
e a felicidade é o que
toma conta do ar
Sorrio sem querer
é tanto hahaha
que sinto que vai acabar

se

"Você ainda vai me fazer ver o mar de perto,
Mais do que eu já vi em seus olhos
Você aposta que não
E eu te mando anotar
Seja num voo de avião
Seja com falta de ar
Eu te darei meu coração
E você me dará o mar"


Se você se visse do jeito que te vejo
Quando abro os olhos no meio de um beijo
Quando inocentemente me pede um desejo
Pede-me e eu só faço admirar você

Seria todo o amor enfim explicável
E seria você em busca de ser afável

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sobre poetas (2)?

"Poetas tristes não são poetas. São aproveitadores preguiçosos. Descontam em sua incapacidade de dissertações sobre a tristeza e fazem poesias que nem sequer rimas. Não assemelho poemas com rimas, mas o que eles fazem são pequenas prosas separadas em estrofes. Reclamam da tristeza e não fazem nada. Circundam sua melancolia com rimas feitas, pois são incapazes de sequer mudarem o repertório. É sempre o mesmo "tristeza não tem fim...". Quando fizerem textos sobre suas tristezas aprenderão que é fácil domá-las."

Autor desconhecido

Absurdo

Quão abstenso de mim mesmo tenho me tornado
Sou escravo do início
Dono do amor
E libertador do fim

Ouço o despertar da dor tocar
A cor dá de manhã um aspecto triste
E seria mais triste não levantar
Desconjuro tudo que me dizem que existe,
pois prefiro dormir que ter que acreditar

Perco-me, despeitado
Sou entregue a derrota
E se me derem rota pra alegria
Alegre fico se chegar

Enquanto muitos perdem a vida
Eu encaro a derrota como bebida

quarta-feira, 24 de junho de 2009

incas

Não sei dos Incas, nem Maias, tampouco Astecas
Mas perdi o som da fala quando pela manhã
Vi, ou eu diminuindo, ou o céu se abaixando
Esse mundo tá me enganando. Sei que tá!

Ou tem alguém controlando tudo...

Vi o fim do mundo falhar duas vezes com você
E espero que se chegar uma terceira,
você me beije, mas não pela última vez
E sim, primeira de nossa nova vida

eu

Eu sou nada perante o mundo
E sou menos perante a todos
Debaixo do lençól
sou tão pouco,
tão pouco,
tão poeira
quase nada

Sumo e apareço

Vi na rua um nostradamus desses de esquina
Carregava uma placa "O fim está próximo"
Que ele quis dizer com isso?

Não acredito em profetas de esquina,
mas isso muito me interessa

segunda-feira, 22 de junho de 2009

vós

A vós que faz a comida
e não senta na mesa,
que limpa a ferida
Com tal sutileza
Que fica abatida
Que fica surpresa
Que é minha torcida
E toda a beleza

És mais que uma mulher
Mais que mil tesouros
Não sei o que

És mais que um batalhão
Pronto para uma guerra
Para me salvar

Não sinto perigo

Se és mais que uma rainha
Que clama por seu povo
És mais e és igual
Toda soberana

Quando ninguém sabe o que és
Tua prole te chama de mãe

sábado, 20 de junho de 2009

1000 dias

Pareceu ter sido 1000 dias sem ver um ao outro, mas nem era. Parecia para cada um. Para ele a culpa do mal encontro, a ela só reclamações e vazio, não havia o que se fazer. Mas sempre há o que se fazer, e ele iria até muito mais longe por ela, quanto mais 3 quarteirões. Que são 3 quarteirões para a vontade de se ver? Creio que ele tenha ido com algum meio de transporte ultrarrápido, a atrapalhou e eles se mataram, se mataram de vontades, de apertos e beijos e afetos que não imaginariam dar um ao outro, mas só 1000 dias para saber fazer.

é cedo

A6 Bm6 E7/9 D+
É cedo ainda pra se ver tão só
Tem dó, vai lá
Se perde de mim,
Se perde do chão
É ordem?
É não.

Disfarça que o amor chegou aqui
Tem jeito não
Finge que o amor
É quase sempre em vão
Tem jeito?
Não.

Me perdoa se não faço nada pra ter jeito
Sou um sujeito sem caminho,
sem um bom terno de linho
Sem no bolso um tostão

Se compra amor?
Se dá ilusão?

Bb+ D#+
Não quero saber se onde está você
o amor é de graça,
da graça de ver enlouquecer

Não quero só ver um amor sem graça
De novo disfarça a solidão
Que eu disfarço ter tostão

sexta-feira, 19 de junho de 2009

você sabe?

Não era tão tarde assim, mas como há horas não via as horas, Inácio achou que fosse madrugada. Ele não tinha muito a perder, a ganhar, a esconder e a ganhar. Comprou uma bela donzela, pediu a mão de seu violão em casamento e saiu por aí em busca da cidade perfeita. Inácio não sabe mais se comunicar... Tudo que quer saber, canta ao invés de falar. E não espera resposta que não seja canção.

cartas para solidão

Bom dia, princesa!

A vós escrevo, trocando em miúdos pequenos segredos. Devaneios no seu quarto, mentiras, descobertas, sem coberta, acobertada, você ria tão linda, se despedaçava pra mim, chorava e seu orgulho era tamanho que nem ao menos me ligava.
Me traiu diversas vezes, mas no final, vinha com uma voz meiga, tentadora pra mim, lógico. Na verdade, não posso reclamar muito de traição, eu sou de tanta gente, e você só me divide. Sei que nos gostamos e não quero te deixar assim tão fácil.

Com afeto,

Solidão

esta é

"Este é meu último poeta, depois de longos anos sendo poesia". Lembra o famoso "aqui jaz", mas pode ser metáfora ou comparação. É a metalinguagem. A poesia se torna o poeta e o poeta encarna a poesia. Sendo assim, o último poeta de uma poesia, é o seu primeiro poeta.

Sem mais,
perdões.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

No ônibus

Quinta-feira, 18 de junho de 2009

Combinado

Sorri e enfatiza. Depois me hibridiza
Deixa falarem mal, deixa pensarem mal
Cega-me, enfaixa-me e venda meus olhos
Seja em brincadeiras ou por aí nas feiras

Sei que freiras não gostariam disso
Mas somos tão pequenos.
Você é ainda mais!

Eu te amo
e você me traz a paz

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Além de você

Imagino o mar mais calmo,
você naqueles dias,
um velho lendo um salmo
A letra de um senhor
com cara de um vovô
É trêmula

"Maldito seja esse Parkinson!"
Perdoem-me o mal-dito
Mas me deixa muito aflito
ele ser tão popular

Volto à você
Ou somente "para"
Você nunca me pára
E eu nunca consigo ver
alguém além de você

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IEOP

Não é bem uma paródia,
plágio, sátira, discórdia
Sou prisioneiro dela
E ela nem pensa em me soltar

Quem disse que eu quero?

Pelo menos espero
Que desta vez esteja com sorte
Que quando for julgado,
seja pena de morte

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Esse sol

Esse sol tá me enganando
Ou o relógio me tá
Chega a ser desumano
Esse calor aguentar

O pior é chegar suado
no dia de me casar
Espero que minha noiva
Nem mesmo chegue a notar

Ah, não vou me casar
Pelo menos isso
É só uma quinta qualquer
Que agora virou o meu vício

Se todo dia fosse quinta
Eu não vivia em desperdício

...

"Percebo que não sou o mesmo que antes,
tornam-se fáceis quaisquer empecilhos
O mais difícil era fazer você ser minha,
E agora o mais difícil é não te perder"

Impossível. Eu achei que fosse fazer de mim você gostar.
Simples. E quanto mais simples fica, mais bonita vai estar.
Afável. Meus beijos são felizes por hoje te acompanhar.
Bela. E somente bela era até eu me apaixonar.
Estrela. E quanto mais eu me apaixono, mais estás a brilhar
Linda. Quando te vi, me deu vontade de roubar
Arrisco. Te amar ainda mais, tornar meu amor meu risco, e num risco num papel te amar.

dividir teto

Eduardo não pensava em casar, em dividir teto com ninguém. Havia sido desacreditado que uma mulher o levaria à vida perfeita. Via os casais a sua volta e não os imaginavam felizes. Sempre brigando, sempre achando alguma picuinha... Mas ele não esperava encontrar Teresa. E esta o fez sentir um baque mais forte que cem mil aviões colidindo numa guerra. Ela era da lua, e não de lua. Seu corpo ficava na terra, e a cabeça viajando, falava besteiras, criava planos inuteis, não se apaixonava, mas era apaixonante.

Teresa, quer ser minha mulher, dividir o mesmo teto comigo?
-Claro que sim.

E assim, Eduardo começou a divagar, devanear, viver no mundo da lua, pois o teto de Teresa era bem mais alto que o das outras mulheres. O teto dela era o espaço, era o infinito, e era só sua cabeça.

tirinhas :)

08:42 - Além das poesias, crônicas, divagações, besteiras, sandices e vastos sinônimos, voltarei a fazer tirinhas! Tirinhas de pouco diálogo, de pouca reflexão, ou somente mini-histórias que não tocam o seu coração!

Inadap

Sinto-me inerte.
As pedras se movem mais rápido, e eu fico a organizar palavras de maneira estriônica, pois é isso o que sou.
Cidadão perdido no espaço, peixe em busca da privada, coração esperando a frequência que lhe dará a ressonância.
Respaldo minha vontade de falar sobre mim e a equiparo com minha vontade de falar sobre você. Tá aí.
Mais inerte que eu, pessoas como eu se movem mais rápido, e você fica a organizar palavras a espera de uma ecatombe. Em mim, não!
Ecatombe num coração, peixe se debatendo, astronauta esperançoso... você é tudo isso e procura ser mais.
É amor em busca da razão, mil pessoas juntas em busca da solidão.

Contorna suas estrelas de afasia
me despreza
Desenha teu sorriso saíndo de uma flor
não mente
Que repente mais chato!
Ou será o repentista?
Ou será protagonista
Que tem sorriso de flor?

Ela é muda como flor
muda de procurar sol,
muda de não falar,
debaixo do lençol
e até de cima do altar.

Ela é muda e o sol clemente
pede ajuda ao repentente

Eu que não ajudo coisíssima nenhuma!

Eu sou sono, ela é alvoroço
Eu sou carne, você pescoço

sábado, 13 de junho de 2009

enfim

G#+
Vivo enfim como um cavalo alado
um espelho refratado
que te reflete em mim
um pensamento de vida
perfeita

Essa mulher quer ser assim

E por mim me deixa tão transfuso
O uso do absurdo que é o amor sem fim
E sorrindo, ela em mim, se deita

Quem sou eu pra dizer que não?

Eu sou espera, ela é liberdade
Eu sou razão, ela é saudade
Sou do vão, ela vale a pena
Ela é do melhor filme a melhor cena

Como pode um espelho refratado
ferir a luz e deixar-me te ver?
Como pode um coração ritmado
Querer por volta de um absurdo viver?







terça-feira, 9 de junho de 2009

don't use nothing

B7+ Dm C7m G#
Use the love to think
And think to use the love
Are you gonna be sink?
We'll jump together in the cove

B7+ D# B7+ F
I walk in this side
Because here has the love
I keep in this street
Because in others I cry

G Bb C
If some say that your heart
It looks like with somebody that make me apart
And If I say that my soul
Shine searching anything a pretty thing to give you

B7+ Dm C7m G#
Use the love to think
And think to use the love
Are you gonna be sink?
We'll jump together in the cove

eu sempre acho que

Eu sempre acho que não carece de tanta preparação. Algum cantor falou palavras desmotivadoras hoje de manhã. Algo como "pra que tanta arrumação/ o fim é sempre igual/ é sempre sem palavras/ ninguém ama no final/ se espera curtir o momento/ aceite sua condição/ que essa mulher adora um tempo/ e você adora levar não"

domingo, 7 de junho de 2009

proud of you

G
You may don't care about
Em C C/B Am
The future and the next meeting
Am F
I'm ever in the doubt
F C C/B Am
And ever searchin' anything

To say

That I proud of me,
proud of you,
proud of make you smile
And I bounce to my friends
And I tell to everybody
I ever stand from your side


Before It was only me
Before It was only you
But now It's us
I guess that could be free
Guess that I can't be true
But now I'm fine
for you

I could have milion women
I could be the beautifulest boy
I could be ever running
Or looking for a brand new joy

But now I'm feel good 'cause I have
in my mouth the kisses of isabela (x3)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

...

Meto-me a solucionar problemas,
e meu problema maior
dura mais que duas semanas
Um dia a mais que isso,
é problema
e é resolução

"Vou ver a resposta no fim da página"
Como se tivesse folha na vida,
Como se houvesse data de partida
E porta pra orientar a saída

Não tem nada disso
Não vejo a ignorância
da menina que não me quis
Ela finge não saber de nada
Pra conseguir ser feliz

original

"Seus olhos não são iguais aos meus
Mas eles não precisam combinar
Eles nem se quer tentam
Pois gostamos deles assim
Quando os fechamos para sentir
E os abrimos enquanto sertirmos
Seu silência me irrita
Enquanto eu não paro de falar
Mas no fundo gosto
De ouvir e sentir
Nosso silêncio
O cansaço
Quando nossos olhos
iguais e distintos
Abrem-se para descobrirmos
Calados, sem ruídos

O amor."

(Isabela de Almeida Tinoco)

Paráfrase

É difícil eu fazer paráfrases, mas neste caso, eu sonhei com esta e senti-me na liberdade e simplesmente na vontade de fazer.


Meus olhos não são iguais aos seus
Mas acho até que eles combinam
Eles realmente não tentam
Combinar não é tão fácil assim
Quando os fechamos para nos sentir
E abrimos para nos vermos
Meu silência me confunde
E você se entrete a falar
E sabe o quanto que eu gosto
De ouvir e sentir
Nossos ruídos
O vigor
Quando nossos olhos
são postos em pudor
Abrem-se no final
E no final eu descubro

teu amor