domingo, 19 de agosto de 2007

ai se sesse

Não sei bem contradizer,
Me perco tentando achar
Palavras pra te dizer,
E você pra me encontrar.

Prefiro não me entorpecer de alegria,
prefiro te ver adormecer, e sonhar
em dias mais longos todo dia,
Pra o sol na janela não etrar.

entorpecer


segunda-feira, 13 de agosto de 2007

o mundo como João

O mundo como João,
O mundo come José,
No mundo nascendo Marias,
E calos nascendo no pé.

Pedro assiste tv,
A tv insiste a Fátima,
para mostrar o que ela não quer ver,
e tirar-lhes sua cabeça sem nenhuma lástima.

Rita lê jornal, compra pão, lava a louça
Eurico não aguenta mais a correria
Enquanto isso é moça fazendo moça
E você fugindo do seu dia-a-dia

O mundo come José




segunda-feira, 6 de agosto de 2007

a-lo-pran-do

Hoje de manhã eu quero ver o sol nascer quadrado
Pra mim nem mais a luz que ele exerce sobre mim me importa
Nem o cheiro de café assim que acordado
Nem o gosto de limão de minha deliciosa torta

Amanhã quem sabe, mas prefiro não pensar
Minha cama tá mais confortável que colo de vó
Já fechei a minha porta pra barulho não me acordar
E abri minha janela pra o vento não me deixar só

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Pressa

A pressa é inimiga da perfeição
E grande amiga da deformação

A formação da pressa
vem quando o anseio da perfeição
Nunca alcançado e aí apressa
E causa o efeito da deformação

A deformação da pressa
Sai quando a perfeição
Em cada vida ingressa
E causa o efeito da pertubação

(entenda quem quiser)

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Por onde passam as avenidas?

As Avenidas por trás de sua rua:

Nunca paradas. Batidas, semáforos, gritaria, buzina.
Nunca cansadas de tanto barulho,
E você sempre cansada pois esta é sua sina.

As avenidas por trás de minha rua:
São calmas, paradas, educadas, cheirosas.
A noite passa a ser das cores do semáforo quando a lua
Reflete no asfalto o cheiro das rosas.

As avenidas por trás de nossas ruas
São como nós nos sentimos.
Assim, como tudo na vida,
em que nessa avenida seguimos.