quinta-feira, 26 de julho de 2007

[...]

Como todo mundo sabe, a morte é inevitável.
O problema é que Seu Arnaldo não sabia,
e aos 87 anos na porta da padaria,
chega a Dona Morte, feia que ardia.

Ao ser informado de que ela o iria buscar,
O velho fica logo zangado dizendo que ainda tem o que viver.
Ela não sabe o que e vai logo perguntar,
e ele lhe diz: "Quem é você pra eu saber do que vou fazer?"

-Mas, Seu Arnaldo, eu sou uma ceifadora,
tenho que lhe levar pois este é meu trabalho.
Além do mais, o senhor foi um homem bom,
e pra essa gente, no céu tem até baralho.

Seu Arnaldo ficou todo entusiasmado!
Todos seus companheiros de jogo tinham morrido,
Mas uma coisa o deixou contrariado,
Quem garante que a Morte não estava mentindo?

-Mas Seu Arnaldo, deixe de complicações,
O que mais o que o senhor quer?
Não tem mais tarefas, amigos
já perdeu até sua mulher.

-Como a senhora mesmo disse,
eu sou um já um velho que não serve pra mais nada
Já vivi demais com essa gente,
minha vida tá enjoada.

O que eu quero lhe dizer
é que a senhora pode me levar,
Eu só quis passar um tempo
pra ter alguém pra conversar.

(Sem ninguém pra prosear)




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