Dias passam e sequer o tempo vai junto. Assim me sinto quando começo a por pensamentos extravasados de meu ócio, de meus amores, de meus amigos, conhecidos, do tempo e do nada. Eu tento organizar as idéias, mas elas fluem muito rápido em pouco espaço de tempo, tudo é como um grande diário metaforizado por rimas sem nexos, que se interpretadas com a veemência de um ser qualquer que conheça minha rotina, perceberão a semelhança com o que acontece de real, e com o que está por trás da flor.
Todo o sentimento hiperbolizado, byronista e ufanista de minha conturbada experiência com os seres humanos, me fizeram aderir a escrita. Não dá para se deixar tudo guardado na mente, não dá para deixar tudo guardado no sentimento. Não digo no coração, pois deixarei as metáforas para as poesias.
E são as poesias que me fazem continuar com isso tudo aqui. Não por receber elogio, ou por elas me levarem a algum lugar algum dia, mas sim por elas me fazerem o que não sou, modelarem minha personalidade, meu eu lírico eterno, meu codinome, minha prole e minha arte.
Contudo, tenho apenas a agradecer. Agradecer a você que (não) está lendo, aos meus amores, meus pecados, minhas flores, todos os fardos, afagos, desejos consumados, inconsumáveis, inefáveis, irradiantes... Toda a vontade que tenho de querer fazer o que quer que fosse, de amar o inamável, de beber o imbebível, de comer o incomível e de cada sentido, uma meia dúzia de impossíveis atos que se concretizem ao longo de minhas palavras.
Minhas palavras sempre poéticas, sempre profanas, anti-éticas, desumanas em qualquer tipo de estrutura, seja prosa ou canto, e em qualquer narrador, seja primeira, segunda ou terceira pessoa. Até no último ponto, meu ponto parecerá o céu, se assim o céu eu quiser que ele seja.
Minha vida se resume a isso, não que eu não a estenda fora de versos, mas se aqui quero que seja toda ela em um parágrafo, toda em um parágrafo se transformará a vida.
25 de julho de 2008, dia do escritor