sábado, 11 de outubro de 2008

não é assim

Tão bonitos,
tão simpáticos
A prole que eu quero ter
Me deixa fora de mim
Me deixa de tudo querer

Tão estáticos,
todos apáticos
Com uma cerveja sempre na mão
A confusão é inevitável
É indispensável a solidão

Tão famosos,
tão cheirosos
Sem camisa, sem diversão
Na cabeça falta o amor
Mas na imagem sobra paixão

Meus filhos não vão acreditar,
mas havia um mundo para nós
que fomos na infância,
geração de netos dos nossos avós

Um dia terão que conviver
É fato que vão se influenciar
Com a idéia do mundo da TV
Com os pais vão se rebelar

Um mundo sustentável
sem prejudicar as gerações futuras
É tudo tão deplorável
A universalização das culturas

Se batem, se enervam
espancam à morte
Se o pai tiver um bom dia de trabalho
Pra eles essa é a sorte

Sorriem, dançam
giram no chão
É tanta alegria
Nada é em vão

Só resta a idéia
de não procriar
Não quero meus netos
Em cima do altar




0 Comments: