Meu desfoque é irracional,
aprendo com meu próprio vício
que no início é tudo carnal
Que o escuro é bem mais propício
E o inferno é assim tão banal
Que não sobra nenhum resquício
de uma noite de carnaval
Perdi-me com as luzes acesas
Refletem no peito que quer me refugiar,
Enfim repudio todas as belezas
Que por mal-querência absorvem meu ar
E de algumas meninas algumas destrezas
E habilidades de insistir em continuar
Eu ouvi um sorriso debaixo do lençol
Espero que não pense que é minha timidez
Não, não, não! meu problema é com o sol
Que defaz aquilo que ninguém antes fez
E adentra meu quarto em tempos, como um farol
Que me cega os olhos, que me tira um mês
Que me arranca a alma em soneto em sibemol
Cantado por uma orquestra de bichos, um vez
Eu ouvi na areia da praia tantos bichos a tocar,
fiquei surpreso com sua negligência
Não foi tamanha indecência
Se ninguém estava a olhar
Apaga essa luz que vem de fora, meu amor
Que hoje o dia virará semana
domingo, 31 de maio de 2009
apague as luzes
Postado por ciro guilherme às 20:25 1 reclamações
sábado, 30 de maio de 2009
sol
O sol me procura e eu durmo toda vida,
E se chateia, me perturba, incendeia a lã do cobertor
Me vira, e eu viro de volta
Se esquece que eu dele sou o rei,
Disso eu sempre sei,
disso eu sempre soube,
mas nunca me coube
Dizer que mando num astro,
prefiro dizer-lhe asno, e ai dele se não tratar-me com esmero,
Só espero que ele fira aquela menina
Meu cetro impera
Sobre a imensidão doadora de melanina
E também pudera
se eu não pudesse reinar
O sol me chateia até quando o dia acaba
E eu desvio do dia
esperando a noite chegar
Quando minha cabeça esvazia,
Quando os livros me servem de muro
Ponho meu óculos escuro
E vou para o sol imperar
Queria eu ter poderes por mais tempo,
não é toda hora que posso imperar
nos dias de chuva nada posso fazer,
quando chega a noite me entrego ao ar
O sol se esconde quando o céu quer escurecer
As estrelas se acendem com medo de não enxergar
As pessoas na terra que não sabem o porque
Que o sol tanto torra,
que o sol tanto esquece,
que o sol tanto se esconde,
que o sol tanto enlouquece,
que o sol tanto faz falta,
que o sol tanto empodrece
que o sol tanto cura
quanto não ouve tua prece
Eu fecho os ouvidos do sol,
pra ele não ouvir reclamação
Postado por ciro guilherme às 22:49 0 reclamações
sexta-feira, 22 de maio de 2009
tv proibida
Querida,
aquela que dos sons me traz a vida
O sons que emitem quando eu a chamo de
Querida,
Você quer mais que um tv assistida
Por um casal sem ideologia suicida
Você quer toda a vida,
estando semi-nua,
Estando a toda vontade de não me ver nunca mais,
por que nunca mais?
Eu só queria ver um certo canal de TV,
e você não quis me ver
Esse negócio todo ritmado, puxado pra um ar romântico
um carência de vida, uma carência de carinho e de algo a mais
Só falo de trazer, esse amor tá com um q de egoísmo
Me sinto um general do fascimo, não deixo ninguém mais te ver
Pedi ao destino que me fizesse onipotente, e esse me deu de presente você
Não me sinto tão bem,
mas sinto que posso esse algo mais.
Não só quero que me tragas, quero levar-te também.
Postado por ciro guilherme às 17:18 0 reclamações
quinta-feira, 21 de maio de 2009
perdido
Eu preciso da calma da tua fala quando a rouquidão da minha deixa-me te ouvir;
Preciso do ar que exala teu corpo que será de alimento para uma planta à paisana, e
Preciso dessa planta para inalar o oxigênio que me foi concebido graças a você.
Preciso de controlar minhas pálpebras. Estas se fecham querendo te ver,
mas não conseguem, e são persistentes, coitadas... Se alternam em um frenetismo
Que só um beija-flor com suas batidas de asas pode compreender.
Eu quero a praia, mas que o sol me encontre mais tarde
E eu quero a tarde, mas que não seja tarde demais pra ficar noite
Porque só quero a noite pra dormir,
ou pra ficar com você
Eu ando perdido sem rumo e início
Eu sei que não vou, mas teimo e tento chegar lá,
A espera um dia vai se cansar, porque eu sou impertinente
Já pedi perdão ao tempo,
Já perdi perdões ao tempo
E hoje só ele que vem se desculpar
Tanta babaquice, parece um engravatado na TV,
arranja mil e uma explicações que não me convencem...
Eu só acredito em mim mesmo
Você não é o tempo,
você é o amor
Amor é paciente,
O tempo é incompetente
Não sabe se distribuir
Não que o amor saiba,
mas eu amo,
e ainda não reclamei...
Já o tempo,
desde que nasci reclamo
Postado por ciro guilherme às 22:18 0 reclamações
making me fell
É mero pleonasmo ou falta de sarcasmo,
Pudor, inocência e mal-querência que eu
drogado com tal composto orgânico em dia de terça-feira
Ou foi numa terça-feira
que eu aprendi o que é tal composto
O álcool se transforma em aldeído e vice-versa
Não sei se com a quantidade certa de açúcar que ingeri
Quando tomava aquela cachaça amarga, tudo aquilo virou aldeído
Eu desencadeei uma série de pensamentos em meu cérebro
Era trem, era fumaça do trem, era barulho do trem
Era café e era pão. Café e pão. Café e pão.
Parecia inconsciente,
Bêbado impotente!
Mas falei para os 25 amigos que estavam a não beber comigo:
Não sei como uma bela consegue ser mais que isso! Ser linda,
e querer ser minha.
Eu não devo, eu não mereço.
Ou ela não me merece... mas eu me acostumei a desvalir minhas emoções
Eu não queria ter ficado mal-acostumado, mas fiquei,
e é ruim de sair.
Ela me puxa dessa vida e no final da minha diz:
"Venha logo! Te aperto até tu sentir o calor
que espera debaixo do estampado cobertor
Encanta a mim, e canta aquela música do jobim
Me faz descer, me faz parar, me faz pedir parar
Me faz chorar depois que te desencontro
Desalmado! Safado e inerte!
Queria que você fosse inerte como uma pedra
quando estamos a rolar nos rios,
nas escadas, nos desvarios,
Na cama, nos assobios, no seu peito e nos meus macios
fios de cabelo"
Ela não fala isso tudo,
ela fala bem menos,
na verdade,
ela nem fala.
Ela me olha,
e eu vou.
Postado por ciro guilherme às 21:32 0 reclamações
Entre dos aguas (en español jamás)
Essa menina quer ver-me encharcado agora
noite e dia, noite e dia, meia-noite
ela chora, e liga, diz que vai acabar tudo que temos
diz que temos, que não temos, que teremos...
Ela diz tanta coisa enquanto soluça
que eu não sei se ela diz, ou se eu invento ouvir
Transfusa minha cabeça fica no estado pós-doença.
Eu já dizia que ela ligava chorando,
mas eu que devo estar chorando agora e não liguei pra ninguém
Posso ligar pra você, perdoe-me antecipadamente se ficar tarde,
mas você sabe que eu só ligo pra você para recados.
Não gosto de conversar,
mas gostei de você
"Oi, você aparece lá às 15 horas?
-Sim, você vai, né?"
Isso se torna tão descasco de bananas em pleno fim de madrugada
O preparo da vitamina no liquidificador,
Não é amor que está lá girando.
É pensamento... Tormento, lamúria, você, todo seu perfume que eu não me canso de sentir em outras pessoas, mas não sinto em você.
Eu não falo de sempre uma mesma pessoa, nunca me refiro a ninguém
A única pessoa que me refiro sou eu quando digo "me" e "eu".
Eu disse que a menina queria ver-me encharcado,
e está chovendo, tudo desmoronando.
Menos nosso barraco e nosso amor.
Que chuva que nada,
Ela quer me molhar de choro.
Postado por ciro guilherme às 21:17 0 reclamações
terça-feira, 19 de maio de 2009
acompanhar
com anseios frívolos à madrugada
a moça sonha que está tarde
sonha que seu sonho arde
Por favor moça, sem alarde
Eu chego já pra te acordar
Se eu tenho duas moças
E uma sabe disso
e outra não sabe
E que o amor delas
já não cabe
no coração de quem nunca amou nenhum moça
E se essa que sabe
Nunca o visitou
E essa que só sonha
Sonha que amou em vão
Ah, que burra é então...
Que acha que amar
é jogar tempo fora
Que perca suas lembranças
Que perca o agora
Amar nunca é
Amar nunca foi
Amar nunca será
em vão
Não quero ver o que vai restar de mim
Quando todos descobrirem da minha vida
não quero ver... não quero ver
mas mesmo se quisesse
elas não iam deixar.
Postado por ciro guilherme às 19:32 0 reclamações
segunda-feira, 18 de maio de 2009
post nº 400
Parabéns não a mim, e sim a todos vocês.
Muito amor nos gestos, no sentimento e na palavra.
Sem amor na palavra, eu não estaria insistindo nessa idéia inútil de discernir sobre vidas inexistentes.
O post que seguirá reflete a situação que passo de tormenta. 15 comprimidos em 24horas, sinto-me enauseádo, mas a febre não passa, a tosse piora e eu tenho que estudar. É um diálogo entre algo e alguém. Perdoem-me.
"Eu não quero morrer. Meu olho que quer.
-Não. Seus olhos querem chorar.
-E eu não?
-Não. Você só vive. Seu olho que chora. Você sabe que quer morrer e seu olho sofre por prever que não verá ninguém com beleza como ele via nos campos
-Mas eu quero ver essa beleza ainda das garotas, principalmente!
-Você quer morrer. Suas mãos que procuram agarrar tais moçoilas.
-Ora, por favor... Então partindo dessa sua tese, como explica um câncer de intestino que mata um ser?
-Mesma coisa com os olhos. Você é formado por partes independentes que tomam suas próprias escolhas. O olho vê, chora e renega a luz. As mãos sentem, acaricíam, ferem... matam a si mesmas. E o intestino pode muito bem deixar de realizar suas funções por não quererem viver.
-E um olho renegar a luz é como querer morrer?
-O olho que renega a luz assemelha-se com o homem que se entrega as trevas.
-E meu cérebro?
-E com o que mais estou falando?
(...)
Com amor e melancolia,
Ciro.
Postado por ciro guilherme às 20:47 0 reclamações
domingo, 10 de maio de 2009
eu falei
Postado por ciro guilherme às 17:31 2 reclamações
ontem
Postado por ciro guilherme às 17:21 0 reclamações
Essa faz tempo
Quantas palavras me faltam pra eu definir você?São palavras tão arteiras, ciganas, faceiras... Não as vejo no dicionário. Eu vou esperar julho, como uma criança que espera nascer. Vou esperar você, mas não na janela. Vou acender uma vela de mil anos.E só apago, quando te ver.
Postado por ciro guilherme às 17:21 1 reclamações
perdão
Não queria chegar assim em um domingo qualquer
Sentindo a mão de uma mulher na minha divagação
E a minha num peito qualquer, fora de ilusão
A mão do café, a mão do balão... prefiro a da minha mulher
.
Preferia longe de mim, do que simples mão de avião
Dessas que sonho em pé, quando entro no meu vagão
Há tantas outras de pé, e outras com livros na mão
Meu mundo é vazio, meu mundo está por um fio... de solidão
.
Agora imagino uma orquestra toda em equilíbrio
Tocando impertinentemente a trilha de meu sonho
Era você do meu lado, o tempo, o tempo todo
Mas sei que prefiro acordar e ver sua mão devagar apertar minha mão
.
Perdura o período, ilíado quase castigo de filho
Seus olhos não olham mais pra mim com amor
Me perdoa por ter te perdido, amor
Ainda estou com você, pelo menos.
Postado por ciro guilherme às 17:07 0 reclamações
sexta-feira, 8 de maio de 2009
de volta
Você que tanto acredita em um grande bem,
Um nem, se vem é só pra virar
Mas ah, tão bom, que o bem vem a calhar
E assim calado, calo os beijos de alguém
Mas não é pra mim,
Não mereço
E assim você se deita à madrugada
Não vê se está em belém, recife, manaus, no além
E um coro de orixás lhe acorda de manhã
cantando "meu senhor, filho iemanjá
Desista do tal de amor, esse não bate em seu lar
Nunca bateu
Nunca baterá"
Postado por ciro guilherme às 22:15 0 reclamações
PROTESTO
Postado por ciro guilherme às 14:38 4 reclamações
domingo, 3 de maio de 2009
monofasia
Postado por ciro guilherme às 12:46 0 reclamações
Weird
Postado por ciro guilherme às 11:35 0 reclamações
feio
Postado por ciro guilherme às 10:42 0 reclamações
sábado, 2 de maio de 2009
você sabe (dezembro)
Postado por ciro guilherme às 23:41 0 reclamações
condi
Postado por ciro guilherme às 23:25 0 reclamações
good time to roll on (really lured)
13 de novembro de 1995
Postado por ciro guilherme às 22:53 0 reclamações