quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quando o teatro me é

Não sou ator, mas sendo artista, tive que intepretar:

Faço do teatro minha vida
Sabendo que a vida é o teatro

As luzes do teto viram o sol
Quando se abrem as cortinas
Os olhos do público, estrelas
Refletem-me e iluminam... O palco

Do palco faço minha terra
Como cachorro, marco meu espaço
Em cima viro bela, viro fera
Sei o que fazer, mas nunca faço

O lugar que precede à entrada
É onde eu encontro a sorte
Nunca me tão desejada
Me bastam as dores da morte

Sorrio no mais triste drama,
Choro quando se é pra rir
Se é hora de ir pra cama
Ainda não é a de partir

Voo se a corda me ajuda
E vou de acordar pra voar
Sentada diante de artistas
O palco é o meu lugar

Se a vida é como o teatro
O aplauso me mata então
Quando se fecham as cortinas
Fecham o meu caixão

E me ergo no fim do espetáculo
Me transformo no que eu sou
Me se sou o que sou no palco
Eu não sei nem pr'onde vou
Eu não sei o que vou ser
Todo ator já sonhou
Quem sabe um dia saber
Se ele é ator só no teatro
Ou desde que se pôde viver


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